Você sabe o que é o teste da orelhinha e qual a importância dele para ajudar a identificar casos de perda de audição em crianças?
O que é o Teste da Orelhinha?
Antes de mais nada, precisamos saber que este teste é obrigatório por lei e deve ser feito ainda na maternidade. Ele serve para avaliar a audição em recém-nascidos e detectar de forma precoce se existe algum grau de surdez. O exame feito de rotina chama emissões otoacústicas (EOAs). Mas, em alguns casos, é realizado o potencial evocado auditivo de tronco encefálico (PEATE). Ele é feito quando a criança tem algum risco para ter perda de audição. (clique aqui para saber mais sobre a perda de audição)
O exame não machuca o bebê e é feito entre o 2° e o 3° dias de vida. Se o exame vier normal, a criança pode seguir com acompanhamento apenas com o pediatra. No entanto, se o exame vier alterado, ele deve ser repetido nos primeiros 30 dias de vida. Não é preciso ficar preocupado, nem sempre isso significa um problema de audição. Muitas vezes, pode existir líquido amniótico do parto dentro do canal do ouvido nos primeiros dias de vida, dando um resultado falsamente alterado. Por isso é fundamental a confirmação do resultado.
Se o exame permanecer com alguma alteração, a criança deve ser encaminhada para uma avaliação com um otorrino. Nesse casos, é preciso realizar um exame de audição mais completo para confirmar a perda de audição e determinar o grau dela. Além de investigar sua causa. Baseado nos resultados dos exames, conseguimos avaliar qual o melhor tratamento. Isso pode variar desde o uso de aparelhos auditivos, até a realização de cirurgias como o implante coclear. (clique aqui para saber mais sobre o implante coclear)
Como são feitos os testes?
Primeiramente, vamos falar sobre as emissões otoacústicas (EOAs). Esse teste é feito introduzindo um aparelho no canal do ouvido. Esse aparelho emite um som, que vai estimular as células ciliadas externas dentro do ouvido. Essas células se contraem gerando um ruído. Em seguida, o mesmo aparelho capta essa resposta. Quando ele não capta o som, isso pode ser um sinal de que há uma perda auditiva. Mas se existir algo que atrapalhe a chegada do som até essas células, como o líquido do parto, o resultado pode vir alterado. Esse exame é totalmente indolor, e é feito com a criança dormindo.
Agora, vamos falar do PEATE. Ele é feito em crianças que têm algum fator de risco para ter perda auditiva. Também serve para complementar o teste EOAs em crianças que tiveram um resultado alterado na primeira avaliação. O PEATE é um exame mais completo. Pois ele avalia to trajeto do som desde a entrada na orelha até a resposta no tronco encefálico, parte do nosso cérebro. Ele é feito colocando eletrodos na testa e atrás da orelha. Além de um fone, que vai emitir um estímulo sonoro. Esse som chega na orelha interna e desencadeia um impulso elétrico. Esse impulso vai ser percebido pelos eletrodos gerando uma onda. Analisando as ondas formadas, é possível avaliar a atividade do nervo da audição e das estruturas do tronco encefálico.
Esse exame é um pouco mais desconfortável, e precisa da colaboração do paciente. Por isso, em crianças, o ideal é que elas estejam dormindo para fazer o exame. Quando isso não for possível, pode ser feito com sedação. O PEATE também é conhecido pelo nome de BERA (brainstem evocated response audiometry).
Quais são os fatores de risco que indicam a realização do PEATE?
- Crianças que tiveram algum problema no parto como sofrimento fetal e falta de oxigenação adequada (quadros de hipóxia ou anóxia neonatal);
- Recem-nascidos que permaneceram mais de 5 dias na UTI;
- Bebês que tiveram infecções (sepse) neonatal, ou fizeram uso de medicações ototóxicas (que podem causar danos à orelha interna);
- Crianças cujas mães tiveram diagnóstico de doenças na gestação como por exemplo sífilis, toxoplasmose, rubéola, HIV, CMV (citomegalovírus);
- Recem-nascidos com outras doenças que podem dar perda de audição, por exemplo a síndrome de Down;
Atenção!
Uma observação importante é que mesmo que seu filho tenha um teste da orelhinha normal, o ideal é sempre observar se ele ouve bem. Existem perdas auditivas que só aparecem com o crescimento e que podem ter uma piora ao longo da vida. Por isso, se tiver qualquer suspeita de que uma criança não está ouvindo bem, deve-se repetir o exame de audição.
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