O septo é a parede cartilaginosa e óssea que divide as duas cavidades nasais. Muitas pessoas podem apresentar desvio de septo sem que isso se traduza em algum problema que necessite de cirurgia. O sintoma mais típico é sensação de nariz entupido, mas também pode causar respiração pela boca, roncos noturnos, atrapalhar a qualidade do sono, diminuição do olfato e pode até predispor a quadros de sinusite. A grande maioria das pessoas têm algum grau de desvio de septo, o tratamento é sempre cirúrgico e deve ser indicado quando o desvio é significativo ou traz algum prejuízo ao paciente.

A rinite alérgica é uma inflamação da mucosa que reveste o nariz por dentro, e pode ser desencadeada por vários fatores como poeira, ácaros, cheiros fortes e infecções das vias aéreas. O mais comum é sempre pensarmos em rinite alérgica, mas ela pode ser também vasomotora, gustativa, do idoso, ou ainda relacionada com a gestação. Nesses outros casos, os sintomas não são desencadeados pelo contato com alérgenos. Mas os sintomas são semelhantes em todos os quadros. Os principais sintomas são coriza, coceira no nariz, obstrução nasal e espirros frequentes. Pode vir associada a sintomas oculares como vermelhidão e coceira nos olhos, nesse caso, chamamos de rinoconjuntivite. 

O tratamento varia dependendo da causa, mas se baseia nos seguintes pilares: Primeiro passo são feitas medidas de prevenção que diminuem o contato com os fatores que desencadeiam crises. Pode ser associado ao uso de medicação tópica como spray nasal de corticoide e uso de medicações orais, como antialérgicos. Existe ainda a opção da imunoterapia, que é a famosa vacina para rinite, esse é o único tratamento que muda a evolução da doença, podendo deixar as pessoas livres de sintomas por mais tempo.

A sinusite é a inflamação da mucosa do nariz e seios da face, levando a sintomas como presença de secreção nasal, sensação de nariz entupido, diminuição do olfato, dor e pressão na face. As sinusite podem ser agudas ou crônicas, nesse caso os sintomas duram mais de 3 meses.

As principais causas de sinusite agudas são as infecções virais, e em menor escala as infecções bacterianas. Como a maioria dos quadros são virais, e não existindo medicação específica para o combate aos vírus, o tratamento vai envolver o uso de lavagem nasal e remédios sintomáticos, para aliviar as dores e diminuir a secreção, enquanto nosso corpo combate sozinho a infecção. O uso de antibiótico só é indicado quando suspeita-se de infecção bacteriana associada.

Em relação aos quadros de sinusite crônica, eles podem ter várias causas e tratamentos diferentes. Ela pode acontecer devido a uma sinusite aguda que não foi tratada adequadamente; a uma alteração da mucosa (revestimento de dentro do nariz) com a formação de pólipos; ter uma origem alérgica; ser associado também a infecções fúngicas; ou ainda ter relação com procedimento dentários como implantes ou cirurgias. Algumas alterações anatômicas como desvio de septo, conchas nasais hipertróficas, adenoides grandes podem facilitar a ocorrência de sinusites de repetição. O tratamento vai variar conforme a causa do problema, pode envolver o uso de medicações e até cirurgias.

O barulho do ronco acontece quando há um estreitamento ou obstrução das vias aéreas durante o sono, dificultando a passagem do ar, e ocasionando a vibração de estruturas. O ronco pode acontecer em algumas situações, como por exemplo quando se dorme de barriga para cima, após ingerir bebidas alcoólicas ou devido ao uso de algumas medicações. Porém se esse sintoma for diário ou atrapalhar a qualidade do sono, ele deve ser investigado.

O ronco pode ter várias causas, por exemplo, pode acontecer por conta da obesidade e também está relacionado com alguma alteração anatômica como desvio de septo, amídalas e adenóide grandes.

O ronco também é o principal sintoma de uma doença chamada apneia do sono. A apneia acontece quando há interrupção total da passagem de ar pelas vias aéreas, sendo um grande fator de risco para complicações cardiovasculares. Os principais sintomas estão relacionados ao sono, o paciente pode sentir que não teve uma noite de sono boa, com sonolência e cansaço durante o dia. Em alguns casos, quem suspeita da doença é o parceiro que vem reclamando dos roncos e pode até perceber essas paradas na respiração. O paciente pode até acordar com a sensação que está sufocando.

Não são só esses os prejuízos que a apneia pode causar. O sono é essencial para a consolidação do aprendizado do dia, e os pacientes com essa doença podem sofrer de desatenção, dificuldade de se concentrar e problemas de memória, o que pode ter impacto no seu desempenho no trabalho. A privação de sono ainda altera a produção de hormônios, como a grelina e leptina, que estão relacionados com a fome e a sensação de saciedade, favorecendo o ganho de peso. Altera também a produção de hormônios sexuais provocando diminuição da libido e desempenho sexual. Além disso, ainda prejudica a imunidade, nos deixando mais suscetíveis a infecções e podendo até interferir na produção de anticorpos após uma vacina.

A apneia tem uma origem multifatorial, o que significa que pode ser causada por vários motivos diferentes, dentre eles, o excesso de peso e obesidade; alterações anatômicas, como desvio de septo, amídalas grandes, retrognatia; fatores neuromusculares; uso de medicações como sedativos e álcool em excesso. O quadro é mais frequente em homens que mulheres, e em idosos.

Para o diagnóstico é feito um exame chamado polissonografia. Esse exame é feito durante uma noite de sono, no qual o paciente é monitorizado em vários aspectos. Existem eletrodos para captar os estágios do sono, uma cânula para medir o fluxo respiratório, eletrodos que percebem a movimentação do abdome, pernas e músculos da mastigação, e é medido o oxigênio no sangue, frequência cardíaca.

O tratamento vai depender do grau da apneia, que pode ser leve, moderada ou grave e da causa da doença. Se houver alterações anatômicas podem ser feitas cirurgias. Pode ser feito correção do desvio de septo; retirada das amígdalas e adenóides; uma faringoplastia, que é uma cirurgia na parede lateral da via aérea; e ainda um avanço maxilo-mandibular, uma cirurgia que movimenta a maxila e a mandíbula anteriormente, aumentando o espaço posterior.

Outras opções são o uso de aparelho intra-oral ou CPAP.

O aparelho intra-oral consiste de um aparelho que é colocado dentro da boca, é usado durante a noite para dormir, cujo objetivo é tracionar a mandíbula alguns milímetros para frente, e assim aumentar o espaço para passagem de ar na faringe. Quem faz esse acompanhamento é um dentista especialista em medicina de sono, desde a confecção do aparelho até o acompanhamento posterior.

O CPAP é um aparelho que tem como objetivo manter as vias aéreas abertas durante o sono. Para isso, ele fornece ar sob pressão através de uma máscara que fica acoplada no nariz e assim evita que a faringe se feche. É um tratamento bastante eficaz, indicado principalmente para casos graves de apneia, mas que exige uma adaptação inicial. 

Uma opção que é cada vez mais utilizada é a fonoterapia, indicada principalmente para casos mais leves. Trata-se de um acompanhamento com uma fonoaudióloga, que tem como objetivo fortalecer a musculatura da boca e faringe, além de melhorar o posicionamento da língua.

É importante que o paciente apneico entenda a importância do tratamento. Não é apenas acabar com os roncos, mas evitar as consequências deletérias da apneia, principalmente cardiovasculares. Junto do médico podem avaliar as opções e propor o melhor tratamento para cada caso.

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